Ontem foi dia da segunda maior festa do ano (a primeira é meu aniversário), onde o créme de la créme de Hollywood e agora da Europa se unem para celebrar o cinema e seus feitos extraordinários do ano que se passou. Como a indústria cinematográfica tem um atraso do tempo de estréia de um filme em território Norte-Americano para as terras Brasilis, muitos são os filmes que ainda não vimos a cara ou que estão estreiando este mês e que já são indicados. Isso porque as produtoras, visando que os jurados lembrem de seus filmes, guardam aqueles que acreditam ser fortes suficientes para o Oscar para serem lançados lá no final do ano, dezembro geralmente, o que provoca a chegada deles aqui entre janeiro e março. Mas determinado, acompanhei todos os indicados e comento agora os vencedores da 84ª cerimônia dos Prêmios da Academia.
Não tem nem o quê se discutir. Num filme onde não se há falas, o som é essencia e a trilha conta boa parte da história, além de criar o clima certo, e isso a obra francesa faz com grande competência.
Se não fosse esse, ganharia... - Se não houvesse O Artista, o vencedor poderia ser A Invenção de Hugo Cabret, que também faz um sábio uso da trilha incidental para ambientar o longa da maneira perfeita.
O filme de Scorcese é impecável tecnicamente, como veremos ao longo dos prêmios, e o Som é de uma qualidade assustadora. Vale a pena conferir numa sala de cinema digital.
Se não fosse esse, ganharia... - Possivelmente, Drive, que utiliza também sabiamente do som e causa impacto nos momentos certos.
Se não fosse esse, ganharia... - Fico entre o rico e sonhador figurino de A Invenção de Hugo Cabret e o requintado e renascentista figurino de Anônimo, mas como a Academia já premiou demais filmes da Renascença, iria de Hugo.
Se não fosse esse, ganharia... - Provavelmente, O Artista. Trabalhar com tons de cinza e conseguir passar nuances de sombra e luz na medida certa para gerar o clima certo é dificílimo e o filme faz isso muito bem.
Se não fosse esse, ganharia... - Cavalo de Guerra. Spielberg é outro mestre quando se trata de qualidade sonora, e seu filme épico de guerra consegue fazer o simples trote dos cavalos impactante.
Se não fosse esse, ganharia... - Sou testemunha, mas acredito que venceria Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, outro filme que usou inteligentemente os efeitos especiais para contar a história e com uma qualidade de prender o fôlego.
Realmente acho injusto, não pelo filme nem nada, mas o própria longa tem canções melhores que a indicada Man or Muppet e a canção de Carlinhos para Rio era melhor, mas a academia gosta de um Jazz... E não, não acho que foi patriotismo, preconceito, nada do que os fervorosos fãs dizem, acho que foi simplesmente mal-gosto, e se lembrarmos dos vencedores dos últimos anos, veremos que essa é uma das categorias que eles mais erram.
Se não fosse esse, ganharia... - Claro, o único concorrente, Real In Rio, a excelente canção de Carlinhos Brown e Sergio Mendez, mas muito tropical para os gringos. Também gosto da canção de Madonna para o filme W.E. que venceu o Globo de Ouro.
Uma zebra! Ninguém esperava esse, mas achei merecido. De fato, o suspense teria tudo para ser monótono e cansativo, mas a edição dá o ritmo certo e cria a sensação ideal para ficarmos presos nas duas horas e meia de filme. Fincher sabe que sua equipe é ótima nisso, vide A Rede Social e benjamin Button.
Se não fosse esse, ganharia... - Provavelmente, Hugo Cabret, que também consegue usar da edição para dar o ritmo certo ao longa.
Esse era quase que inevitável, apesar de ter outro forte, que comento logo abaixo. Mas a caracterização de Meryl Streep como a conhecida MArgareth Thatcher era absurda, era assustadora e incrivelmente humana e real.
Se não fosse esse, ganharia... - Albert Nobbs, sem dúvida. A caracterização de Glenn Close como um homem é outro trabalho assustador. Um bom ano para os maquiadores.
O filme foi lançado no finalzinho do ano lá e conquistou o público com a já manjada história de superação de um time ruim, mas aqui acompanhado de perto e com uma qualidade que não o faz piegas, o faz intenso e lindo.
Se não fosse esse, ganharia... - Pina, o excelente acompanhamento de Win Winders em três espetáculos dos grupos de balé de Pina Bausch. Excelente produção, chega em breve no país.
Se não fosse esse, ganharia... - Olha, fico em dúvida entre a recriação Hollywoodiana dos anos 20 de O Artista ou a recriação Parisiense de Meia Noite em Paris. Os dois mereceriam.
Mais que merecido. A obra conseguiu filtrar toda a humanidade e os conflitos do drama e transpôr com diálogos fantásticos para a tela. O filme é todo baseado nos diálogos e eles são inteligentes, atuais e diretos.
Se não fosse esse, ganharia... - Talvez O Homem que Mudou o Jogo, que também soube transpôr com eficiência o livro e os diálogos ficaram muito bem costurados.
Ainda bem que não ganhou o Artista. Amo o filme, mas a idéia de Woody Allen é bem mais original e de uma inteligência cômica e costura ótimas. O filme tinha tudo para ficar confuso, mas não fica graças a riqueza dos diálogos de Allen e sua inteligência literária.
Se não fosse esse, ganharia... - Voto em A Separação, outro que é inusitado ao pegar um fato simples e fazer reviravoltas e tirar pêlo de ovo com diálogos ótimos.
A ótima animação do diretor de Piratas do Caribe com a caracterização de Johnny Depp como o camaleão com crise de identidade e um roteiro mais que criativo fizeram de Rango a animação mais premiada do ano, e com méritos. Já está em DVD no Brasil!
Se não fosse esse, ganharia... - O queridinho do público, o divertidíssimo O Gato de Botas, que sai do Shrek e ganha forças para ser um desenho separado com estilo e graça.
Só poderia ser. O longa Iraniano tem levado todos os prêmios e com todo o direito. A trama é inteligente, simples e eficaz, os atores competentes e o filme tem um ritmo e direção competentes. Uma boa forma de vermos como se faz um filme não estrangeiro, mas mundial.
Se não fosse esse, ganharia... - Tinha de ser ele, mas se não existisse o filme, o outro seria In Darkness, excelente visão do Holocausto com um roteiro muito bem desenvolvido e excelentes atuações.
Era dela e ninguém tirava. A excelente Octavia é a alma e a graça de Histórias Cruzadas. Sustenta sua personagem com um talento e uma força que transcende a tela e nos emociona sem esforço algum. Aliás, o filme tem um grupo de atrizes incríveis!
Se não fosse ela, ganharia... - Janet McTeer, por seu papel intenso, difícil e bem executado em Albert Nobbs, segurar a tela com Gleen não é tarefa para qualquer uma e ela faz isso com muita força e talento.
Outro troféu merecido. O senhor Plummer venceu praticamente todos os prêmios com seu personagem intenso e cheio de características que poderiam se tornar clichês e piegas em Toda Forma de Amor - ele é gay, tem câncer terminal e namora um garoto. Mas ele faz co0m uma maestria, uma seriedade e uma leveza impecáveis.
Se não fosse ele, ganharia... - Keneth Branagh pela personificação incrível de Sir Laurence Olivier no longa Sete Dias Com Marilyn. Não só uma homenagem ao grande ator britânico, Branagh faz de uma maneira muito limpa e competente sua versão do astro.
Ela já está cansada de ganhar, acha que outras devem ter sua chance, mas Meryl, então pára de ser tão absurdamente boa! Ela personificou uma figura política controversa e muito conhecida com um dom e uma inteligência que vemos poucas vezes na história do cinema. Desde os trejeitos, voz, tiques, maneiras de parar, pausas, tudo é absurdamente crível e coordenado como uma maestra. Uma aula de interpretação.
Se não fosse ela, ganharia - A outra ótima Viola Davis e seu trabalho mais que lindo em Histórias Cruzadas. Vale a pena ver esse filme e se deliciar com essa talentosíssima atriz que nos comove e emociona sem esforço, mas com muita força e verdade.
Ele é o carisma e a simpatia em pessoa. O francês segurou as pontas sem abrir a boca durante as mais de 2 horas de O Artista e podemos dizer que boa parte do filme ser tão cativante e prender a nossa atenção é graças à ele. E dança, e sorri, e chora, e pira, faz tudo isso com sincronia e uma verdade no olhar que nos comove.
Se não fosse ele, ganharia... - Amo o Gary Oldman e ele está ótimo em O Espião Que Sabia Demais, mas Clooney arrebenta em Os Descendentes. Seu papel de viúvo perde todos os trejeitos de Clooney que se limpou de manias interpretativas e compra o drama da personagem, embarca na história e nos comove. Simples e eficaz.
Se não fosse ele, ganharia... - Martin Scorcese e seu trabalho de mestre grandioso em Hugo Cabret. Scorcese maestre cada elelmento do filme com inteligência e talento de quem sabe o que faz.
Se não fosse ele, ganharia... - Fico entre a qualidade de Hugo Cabret e a qualidade cênica de Histórias Cruzadas.
Ufa, acabei! E que venha 2013!!
Aaaah - Dia 05 estarei no Canal RIT Notícias no programa Análise Direta falando de cinema brasileiro!
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