quinta-feira, 22 de abril de 2010

Crítica - Os Homens que Encaravam Cabras



George Clooney é um ator que gosta de criticar seu país. Ainda mais quando o assunto é erros políticos. Suas participações importantes em filmes como Syriana, Boa Noite e Boa Sorte provam essa necessidade do ator de cutucar a ferida dos erros norte-americanos, tanto que ele geralmente produz tais projetos. Sua última incursão nesse cinema independente, de roteiro focado em críticas governamentais é mais inusitado, por se tratar de uma comédia.
Em OS HOMENS QUE ENCARAVAM CABRAS o foco é o exército americano, suas decisões errôneas e o dinheiro gasto em, às vezes... nada. Mas o assunto, obviamente sério e contundente, vira comédia quando o "projeto" a ser investido trata-se da criação de Cavaleiros Jedi. Sim, o leitor leu corretamente. Um sargento (Jeff Bridges, vencedor do Oscar deste ano por Coração Louco) que estudou sociedades alternativas que cultuam e exercitam o poder da mente (Lê-se: hippies drogados e bêbados em suas orgias) pede autorização para treinar seus soldados através do amor, da paz e do uso da mente para convencer pessoas e desistirem de matarem e destruirem, como os Jedis faziam em STAR WARS, controlar a mente dos outros. Um dos soldados se destaca em sua "mediunidade" (George Clooney) e outro se revolta por inveja (Kevin Spacey) e decide acabar com o projeto, provando que eles podem matar a pessoa com o olhar... e a prova é quando ele força Clooney a encarar uma cabra...
Isso tudo é só a base do filme, que tem reviravoltas, e é narrada por Ewan McCregor (Sim, o Jedi de verdade de Star Wars, Obi Wan Kenobi), um repórter que devide investigar essa história a fundo.
O filme conta com uma comédia diferente, irônica, que compra a idéia do absurdo como sendo algo real, e isso funciona muito bem, a ponto do espectador embarcar na história sem se questionar se aquilo é ao menos possível. Os atores estão em ótimos momentos, e mostram estar se divertindo em seus papéis, o que gera uma naturalidade gostosa e diálogos rasgados.
Infelizmente, o final se acelera, e tem conclusões brandas, que tiram um pouco do ritmo do filme e causam aquela sensação de "Poxa, acabou?" Mas isso não interfere no fato de ser uma comédia diferente, divertida, na qual você não deve esperar cenas hilárias, mas diálogos irônicos e um enredo que caminha por locais inimagináveis. E sempre é bom termos algo novo.
O filme ainda está em cartaz nos cinemas, embora recomendo esperar para assistir em DVD.

Nota: 8,0

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