quinta-feira, 4 de março de 2010

Crítica - Avatar




James Cameron sabe fazer cinema como poucos, e melhor, fazer cinema para muitos. Seus filmes não são complexos quando se tratam de roteiro, pelo contrário, sempre buscam uma referência a algo antes já visto. Alien não foi o primeiro filme a falar de alienígenas ou seu suspense do tipo “preso com o inimigo”. Exterminador do Futuro inovou com o robô-ator mas a premissa de uma criança ser a salvadora do Universo não era novidade também. Titanic talvez seja a mais gritante referência a Romeu e Julieta unido com A Princesa e o Plebeu na história do cinema, ganhando como coadjuvante um barquinho famoso e efeitos especiais (a carta na manga do diretor) que surpreenderam o mundo. Desde então, um vácuo na história deste diretor enquanto preparava o controverso AVATAR.
Lembro-me que, quando surgiram os boatos da produção, muitos críticos apostavam no fracasso, duvidavam da credibilidade do 3D e da quantia gasta para isso. E com alguns dias depois de lançados, ainda se viam 2 lados da moeda: 1º os críticos controversos, que questionavam o roteiro e achavam que o filme era maquiado por efeitos de tirar o fôlego. 2º o público, este dando 5 estrelas, ficando impressionados e voltando às salas de cinema.
O resultado? O mesmo de Titanic. James impressionou tanto a nós, público, que a crítica se entregou e passou a amar o filme e a apostar em seu promissor sucesso, que o transformou na maior bilheteria da história e grande promessa de vencedor do Oscar (venceu o Globo de Ouro).
Mas, vamos a minha opinião. Avatar é inovador em muitas coisas, menos no roteiro. Criar Pandora é dar um novo nome ao que chamavasse O NOVO MUNDO, na época das grandes explorações. Os Na’vi são os Índios do futuro, o obtunamion, combustível que os americanos do filme visam explorar é o Petróleo versão advanced. E o roteiro segue essa premissa de Pocahontas com críticas que gritam o governo Bush, a exploração do Iraque e esses assuntos tão conhecidos.
Mas é nessa “maquiagem” do roteiro que o filme agrada. É gostoso assistirmos um filme bem contado e cuja história, por mais fantasiosa, fica verossimilhante por tratar no sub-texto, assunto que enfrentamos em nossa história mundial. E essa assimilação com a história MUNDIAL, e não só americana, que faz o filme agradar o mundo inteiro.
Os efeitos especiais, assim como a interpretação dos Na’vi,  feita no sistema mais moderno de captura de movimento não deixam nem um momento a desejar, pelo contrário. Você se esquece que está vendo algo feito por um computador e embarca na história. Os atores são competentes e acreditam na história que estão contando, o que dá o clima certeiro para a ambientação do filme.
Como contraponto, achei o filme, num geral, previsível, pelos motivos já apontados do roteiro. Mas existe filme mais previsível que Titanic? E ainda assim ganhou 11 Oscar. Datavenha, não gosto de Titanic, mas gostei de Avatar. James Cameron sabe fazer cinema para o grande público, e no final da história, é isso que precisamos. Novidades que agradem a todos, e não somente a crítica de Cannes e derivados.
Ah, e se puder, assista no cinema em 3D. Faz TODA a diferença. 

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