quinta-feira, 4 de março de 2010

Crítica - Daybreakers




Confesso que fui assistir Daybreakers com uma sensação de desagrado. Mas convenhamos, filmes com a temática vampiresca serem bons estão numa escala 1 pra 60. O filme tem uma clima denso, fotografia escura, puxada sempre pro azul à noite e o laranja de manhã e não foge muito dos ambientes metrópole/deserto.
A história do filme é simples e bebe de fontes como o excelente True Blood. Num futuro próximo, vampiros terão mordido tantos de nós que os humanos puros serão sequestrados e transformados em fontes de alimento, como vacas que fornecem leite, sendo este leite, nosso sangue, e a sociedade será dominada pelos vampiros, que adaptarão o nosso mundo para que possamos andar de dia, com carros protegidos com bloqueio ultra-violeta e janelas de prédios no mesmo sistema.
O problema é que os humanos-vacas acabam morrendo secos quando seu sangue é totalmente drenado e começam a ficar extintos. Um cientista (Ethan Hawke, de Gattaca e Dia de Treinamento) deve encontrar um sangue-falso (True Blood soa familiar?) que supra esta necessidade sanguínea da população, que sem sangue para beber sofrem mutações e começam a se transformar em aberrações. Não vou contar mais pra não estragar as surpresas do filme, sim, elas existem, mas vale a pena ressaltar algumas qualidades.
Apesar do tema mais batido que chantilly, Daybreakers tem a vantagem de não quebrar fatos da cultura vampiresca que são conhecidos. No filme o sol mata-os queimados, prata é prejudicial, não se vive completamente sem sangue humano, a fome os faz violentos, seus movimentos não são absurdos (não voam, flutuam ou coisas do tipo) o que me deu certo alívio. A trama se desenvolve bem, existe uma reviravolta agradável, além da contra-história vivida pelo antagonista da trama, interpretado por Sam Neill (Jurassic Park). Os efeitos especiais são bem decentes, e o filme não puxa para conclusões vazias ou romances esquisitos, o que, em tempos de Crepúsculo, vermos vampiros que não brilham como propaganda da Avon ou não flutuam como O Tigre e o Dragão é, por si só, um fato a celebrar e ser assistido.

Ah, sua estréia no Brasil é esta semana (5 de março)

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