Quando um filme recebe sua versão norte-americana com menos de 3 anos é porque deve ser algo muito bom, ou algo muito inovador, certo? Bom, nem sempre.
Deixe-me Entrar é um terror sueco de 2008 que causou furor pelo roteiro inteligente, que mescla vampiros com a descoberta do amor sem ser ruim, ou digamos, sem ser Crepúsculo. O original sueco é bem produzido, roteiro bem amarrado e muito competente, mas nada surpreendente. Claro que a febre vampiresca foi um dos principais atrativos para a regravação do filme buscando nitidamente mais lucro pelos Yankees. Independente disso, a refilmagem é sim, bem fiel ao original, por vezes fiel demais (lê-se Ctrl+C Ctrl+V) mas nem por isso deixa de ser uma boa opção pra quem gosta de um suspense bem escrito e sem a pieguisse da saga Twilight.
Não contarei mais pra não estragar àqueles que não viram o original. Vale lembrar que Deixe-me Entrar é uma metáfora as relações na pré-adolescência, à descoberta do amor e até a Shakespeare e seu Romeu e Julieta. Mas o decente roteiro não faz disso algo forçado, meloso ou ridículo, sustenta a verdade, o casal de atores mirins seguram bem as pontas e as cenas de terror são boas sem serem exageradas.
O clima sombrio do inverno acrescentado dos perigos que envolvem a relação do casal protagonista ajudam a contar a história que não tem nada de muito surpreendente ou complexo, não espere nenhuma reviravolta esfusiante, mas confie numa história sem muitos buracos ou apelos para sustos fáceis. Deixe-me entrar é simples e eficaz.
Vale lembrar também que a atriz principal é Chloe Moretz, que roubou absurdamente a cena em Kick-Ass como a Hit-Girl e mostra muoto talento, sustentando duas vértices de sua personagem: a inocência da idade e descoberta do amor junto com os mistérios que envolvem ela e seu pai, o indicado ao Oscar Richard Jenkins. Sua personagem consegue ser por vezes delicada e fofa, por vezes assustadora e sombria. E isso faz toda a diferença na levada da história, que não enrola muito, é suficiente e direta sem ser apressada.
Deixe-me Entrar então vale sim como uma boa opção de suspense, com boas cenas de terror, bom roteiro, bons personagens e um romance que não incomoda. Uma refilmagem apressada, mas em tempos de Bella e Edward está na hora do mundo ter mais acesso a menos açúcar.
Nota: 7,5
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