quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Crítica - 127 HORAS - OSCAR 2011


Você sabe quem é Aron Ralston? Provavelmente não, e nem se lembrará da matéria que passou no Fantástico sobre ele em 2003. O fato é que depois deste filme, você não se esquecerá mais deste aventureiro que registrou em vídeos e em um livro o que foram os 5 dias mais difíceis de sua vida.
127 horas é a história real deste alpinista que tinha como hobbie visitar e explorar canyons e montanhas mundo afora. Em uma tarde de 2003 ele estava em mais uma de suas trilhas pelos Canyons americanos quando, ao passar por uma estreita fenda, foi pego por um deslizamento de rochas, onde uma prendeu seu braço contra a parede do canyon, esmagando seu ante-braço e o deixando impossibilitado de sair. E ali Aron ficou por 5 dias e pouco, mais exatamente as 127 horas do título. O filme mostra o antes, o emocionante durante e o bonito depois desse grande desafio.

O grande barato de 127 horas é que Danny Boyle (diretor do excelente Quem Quer Ser um Milionário) não tentou transformar Ralston num herói e nem fazer da história uma odisséia cinematográfica, e é isso o que faz deste um grande filme e um dos indicados os Oscar na categoria. 127 horas é mais humano impossível, é comovente, é divertido, é emocionante, é agonizante, é sincero. A cada momento, a cada lembrança do passado de Aron, a cada alucinação e tentativa de escapada o público vai se conectando aquele cara que poderia ser o bacana que estudava com você e gostava de esportes.
Claro que tudo isso tem valia graças à excelente interpretação de James Franco (Homem-Aranha). Franco interpreta sem vaidades, com uma leveza, uma graça e uma verdade que nos faz gostar do cara, mesmo achando ele por vezes a pessoa mais idiota e ferrada do mundo, como ele mesmo por vezes comenta. O fato de Aron não ser um gênio, de cometer erros que qualquer um de nós cometeria é que cria essa identidade. E Franco tem o carisma necessário para criar a empatia e a torcida pelo bem do rapaz.
No geral, 127 Horas tem um roteiro bem construído, mesclando bem a história de Aron e seu momento de agonia sem ser exagerado, belíssimas cenas e ambientações, é simples e gigante pela própria natureza. Mais uma vez, Boyle mostra que grandes filmes não precisam de grandes produções, e sim de grandes histórias e grandes personagens. É rápido e não é nada tão supreendente e diferente, o que talvez lhe tire a estatueta, mas nada que o faça um filme ruim. Pelo contrário, 127 Horas pode não ser o melhor filme do mundo, mas é a história de um dos caras mais gente-fina que o cinema já mostrou.

Nota: 8,5

3 comentários:

Chris Benassi disse...

No inicio não fiquei com vontade de ver o filmes, mas agoraaaa...super quero!
Valew a dica amor.

Anônimo disse...

o filme é uma monotonia só! o fato de ele ter ficado preso não é emocionante como deveria, mas o filme transmite a agonia que ele passa..
não acontece nada o filme todo e o final já é contado em blogs pela internet!

Raphael Gama disse...

Caro anônimo, é uma pena que não tenha apreciado, eu sou da opinião que nem todo filme precisa de correria, trezentas mil coisas contecendo e ação para ser bom, mas o bom do cinema é que tem pra todo mundo.
E quanto ao fato do final do filme ser conhecido, digamos que por ser uma história real se torna meio inevitável vermos o verdadeiro Aron dando entrevistas por aí vivo e feliz. Mas lembre-se: nem todo filme precisa ter um final surpreendente, desde que nos emocione.