sexta-feira, 16 de julho de 2010

Crítica - A Prova de Morte

Eloquência. Está aí uma palavra que não traduz em absolutamente nada o trabalho do diretor Quentin Tarantino. quem acompanha seus trabalhos, desde Pulp Fiction, Jackie Brown, a Kill Bill e Bastardos Inglórios, sabe que o diretor não busca linearidade e nem criar filmes que entrem em um estilo só. Cada filme seu é único, apesar de buscar referências, muitas vezes óbvias, em trabalhos cultuados pelo diretor mais nerd do mundo.
Confesso que sou grande fã de Tarantino e admiro sua capacidade de misturar cultura pop, diálogos inteligentes e divertidos a uma história cheia de ação, que te prende a atenção.
Então, quando ele anunciou que faria uma dupla de filmes em parceria com o diretor e amigo Robert Rodriguez, de Pequenos Espiões e Um Drink no Inferno, e que tais filmes seriam como uma ida ao cinema da década de 70, uma homenagem aos clássicos da época, eu esperava algo inusitado. Lançados simultanemante nos Estados Unidos, Planeta Terror e A Prova de Morte foi um fracasso de bilheteria. Aqui no Brasil foi lançado Planeta Terror primeiro, uma comédia com ação e muito, muito sangue, meio sem pé nem cabeça, mas que entertem pela maluquice, e A Prova de Morte ficou no limbo por 3 anos, sendo lançado agora. E quando assisti descobri porque relutavam tanto em lança-lo.
Não, ele não é surpreendente, não é forte ou ousado. Não é cheio de reviravoltas nem tem diálogos geniais. Simplesmente é uma homenagem a 2 estilos de filmes da década aqui citada: os de perseguição de carros, e os de assassinos do tipo "A Morte Pede Carona".
Pra quem não conhece o filme, a personagem vivida por Kurt Russel é um assassino de mocinhas que busca suas vítimas em cidades interioranas. E só. Sim, a história é só essa. Daí em diante temos diálogos intermináveis entre as moças/vítimas, cenas longas para que Quentin use de seu gosto musical, de referências a filmes da época, eles se poupam e explicar muita coisa das personagens, resultando na parte mais interessante e legal que são as perseguições de carro e as mortes divertidas. Na segunda metade do filme, outro grupo de moças surge, mais inteligentes, o que dá uma animada, mas nada que salve o longa de ser uma perda de tempo. Muitas coisas que acontecem é visível serem apenas para preencher o filme, como uma cena inútil do atendente oferecendo revistas de moda... não dá em nada.. ou a cena da moça dançando no colo do outro... não dá em nada... a personagem de Rose McGowan é de uma inutilidade tremenda e passamos mais de 20 minutos com ela... enfim, o problema de A Prova de Morte está no roteiro. É vazio, é bobo, é óbvio, com exceção do final, que é divertido, mas cansa na perseguição, tem momentos não muito inteligentes e termina do nada. 
Eu aprecio muito Tarantino, mas não sou desses que só porque o diretor é conceituado fico puxando sardinha. A Prova de Morte é pra se ver em casa, quando não tiver nada melhor pra fazer. Dará algumas risadas, verá cenas de morte muito divertidas, mas não passa disso.

Nota: 3,0

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