sábado, 1 de maio de 2010

Crítica - Querido John



Um diretor de filmes que buscam a comoção (Lasse Hallström, dos ótimos Chocolate e Regras da Vida) une-se a um autor de livros, que viram filmes que buscam a comoção (Nicholas Sparks, de Um Amor para Recordar, Noites de Tormenta, Diário de Uma Paixão, todos muito bonitos)... então, o que se esperar?
Comoção e romance puro. É essa a base de Querido John, filme que estreiou esta semana nos cinemas trazendo como protagonistas dois dos mais promissores jovens da nova leva Hollywoodiana, Channing Tatum (de G.I. Joe) e Amanda Seyfried (de Mamma Mia!).
E desde o começo do filme fica nítido que esta é uma obra de Hallström. Os admiradores de seus trabalhos notaram sua mão firme na direção dos atores, seus filmes não buscam maniqueísmos de produção ou complexidade no roteiro. Ele sempre escolhe por focar nos homens e mulheres que estão nos contando aquela história. E isso fica nítido. Os diálogos fluem naturalmente, cada fala tem um tom poético por detrás e você embarca de cabeça na história deles, e é isso que leva o público tão facilmente às lágrimas.
Claro que essas lágrimas também se dão pela base da obra de Sparks, que tem um talento inegável em fazer diálogos que nos façam querer abraçar uma almofada e chorar copiosamente. Basta ver a lista de títulos cujo o cara é o autor, como descrevi acima, que você concordará comigo.
Tatum surpreende fazendo um John seguro, humano, seus olhos nos passam uma sinceridade que permite ao ator nos conduzir pela trama da qual é o protagonista. Devido a força de seu personagem, um fuzileiro americano que precisa ir à guerra deixando seu amor esperando, Savannah, personagem de Amanda, que apesar de competente tem um espaço menor que o do mocinho, segura bem as pontas e permite ao público a chave da dubialidade: será que ela merece um cara tão legal quanto ele.
Mas o filme não fica tão simples assim. Assuntos como o autismo, o baque que o 11 de setembro provocaram nos Estados Unidos e as decisões que temos que tomar pondo o amor de lado, por vezes, são os fios condutores da trama. É essa distância dos dois após seu embarque à guerra que gera o título Querido John, uma vez que seu relacionamento viva à base de cartas. São elas que conduziram o futuro do casal e do longa, e é a falta de uma delas que criará a reviravolta no romance do casal.
Como defeito, o roteiro permite-se focar no romance vivido pelos dois antes de John se tornar fuzileiro, mas depois acelera para contar seu desfecho. No final, o espectador sai contente, porém insatisfeito. Merecia um algo mais. A trilha sonora também poderia ser mais marcante, em momentos faz falta. Dá saudades daqueles romances com trilhas sonoras que iam direto pro Oscar de tão inesquecíveis quanto seu casal que embala.
Apesar dos pesares, querido John é um filme belo, discreto, intenso em suas emoções, que te leva às lágrimas por contar uma história de maneira delicada, porém marcante.

Nota: 8,5

Um comentário:

Bruno Ribeiro disse...

Eu gostei desse filme hehe^^
Parabéns pelo blog, ótimas críticas!

Meu blog: www.quebrandoogenio.wordpress.com