sábado, 13 de março de 2010

Crítica - Simplesmente Complicado




Nancy Meyers entende a psique feminina de uma maneira quase Woody Allenriana de entender o homem de meia idade. Desde Do Que as Mulheres Gostam, passando por Algúem tem que Ceder, a autora/diretora mostra ser sagaz em apresentar o universo feminino maduro e suas inseguranças mesmo após certa idade.
Em SIMPLESMENTE COMPLICADO ela mantém a linha que lhe é tão conhecida contando a história de Jane, (Meryl Streep, do aqui comentado Julie e Julia), mulher divorciada a mais de dez anos que começa a ter sua independência interna, a aceitar sua vida nova e se vê, repentinamente, dividida entre um possível novo relacionamento com seu arquiteto (Steve Martin, de A Pantera Cor de Rosa) também divorciado e seu ex-marido (Alec Baldwin, de 30 Rock) que tem sofrido em seu novo relacionamento e acredita continuar apaixonado por Jane.
O universo do divórcio é bem explorado, e Nancy Meyers prova continuar hábil na tarefa de construir diálogos que temos em nossa vida, diálogos humanos, mas recheados de bom-humor e análises que beiram uma consulta ao terapeuta. Claro que tais diálogos não funcionariam se não fosse um elenco de qualidade como o já citado, que conseguem sustentar bem suas personagens ao longo da trama.
De contraponto, o filme às vezes nos traz essa sensação de Dejavu, por vezes podemos prever o que as personagens dirão, talvez por termos alguns filmes que envolvem a meia-idade nos últimos tempos. Mas nem tudo é previsível, e, apesar de os vai-e-voltas e a insegurança da personagem principal gerarem irritação vez ou outra, no geral, o filme consegue prender sua atenção, além de cenas divertidíssimas (algumas com a ótima participação de John Krazinski como o genro de Meryl, ele que é do péssimo Licença pra Casar) e uma conclusão bem satisfatória.
Um filme gostoso, leve, divertido, apimentado por vezes, e humano, sempre uma qualidade no trabalho da Senhora Meyers.

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