quinta-feira, 25 de março de 2010

Crítica - A Caixa



O que você faria se um dia um desconhecido deixasse uma caixa em sua casa com a seguinte proposta: Aperte o botão desta caixa e alguém no mundo que você não conhece, morrerá, e você ganhará automaticamente 1 milhão de dólares. Não aperte, e simplesmente levaremos a caixa embora e reprogramaremos para uma outra pessoa. Você apertaria ou não?
Essa é a premissa de A CAIXA, suspense do diretor e escritor Richard Kelly estrelado por Cameron Diaz (que está se tornando atriz, finalmente, e mostrando talento), James Marsden (o ciclope de X-Men) e Frank Langella (indicado ao Oscar por Frost/Nixon).
O filme tem coisas que surpreendem, como as reviravoltas e o clima de suspense presente em todo o filme, boas atuações, especialmente da senhorita Diaz, que criou uma voz diferente, trabalha com uma debilidade física e traz a fragilidade de sua personagem de maneira bem crível e o competente Langella, enigmático e ao mesmo tempo hipnotizante, sempre que aparece faz o espectador aguçar seus sentidos.
Não revelarei muito da trama, pois o barato do filme está em não saber o que vem depois da proposta da caixa, mas é aí também que moram os deslizes do roteiro. A quantidade de reviravoltas e de itens que complicam mais a trama são tantas que o espectador começa a se perder com menos de 1 hora de filme, e tudo vai ficando cada vez mais confuso... quase um LOST. Outra coisa que incomoda é o fato de que as questões levantadas pelos protagonistas não são respondidas plenamente, o que nos dá aquela sensação de "Mas, e aí?" quando o filme termina. Resumindo, é um daqueles suspenses sem final.
O leitor pode pensar que geralmente bons suspenses não tem final para deixar uma continuação aparente, mas não é o caso de A CAIXA. Primeiro que, apesar do final aberto, não se é visível uma continuidade, segundo que, além de não acabar, o porquê de tudo aquilo acontecer fica muito obtuso, o que pode não agradar o espectador.
Apesar disso, é um suspense interessante, tem uma proposta inusitada e boas interpretações, além de um quebra-cabeças complexo, o que vale o aluguel, não o ingresso do cinema. Aguarde-o em DVD, não é filme pra cinema, não.

Nota: 6,5

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