segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Crítica - BURLESQUE


Música é entretenimento. Cinema também é entretenimento. Juntamos os dois num só trabalho e o que esperamos? Nos divertir e entreter, pelo menos; e isso é alcançado pelo "Musical" Burlesque, estréia de Christina Aguilera com a veterana Cher nos cinemas.

Primeiro explico o porque de ter posto o termo Musical entre aspas. Musicais são, por sua essência, filmes cuja história é contada parte por falas, parte por canções ou algumas vezes somente por canções (como O Fantasma da Ópera e Evita). Basicamente, num filme musical a personagem começa falando algo e emenda na fala o começo da canção, cuja letra completa seu sentimento a respeito do que se passa, é como se o padeiro, ao citar os pães do dia, cantasse ao invés de falar. Esse estilo, o clássico musical, tem seus fãs ao redor do mundo, porém uma parcela bem maior de pessoas que não suporta esse povo cantando e falando. Neste quesito, BURLESQUE não seria um musical, e sim um filme com músicas, uma vez que as canções não são dialogadas, são números apresentados no palco da casa de Burlesco, onde se passa a história. Porém em alguns momentos a letra que é cantada no palco reflete o sentimento de quem a canta, o que cria uma ligação com os números musicais e o enredo.
Enredo por sinal bem simples: Aguilera é Alice, garçonete do interior que cansa da vidinha mais ou menos pega uns trocados e vai à Hollywood tentar a sorte como cantora ou corista. Numa noite acaba entrando por curiosidade na casa Burlesque, onde acha que encontrará strippers e promiscuidade, mas descobre um palco onde poderá mostrar seu talento. Mas para ter sua chance, terá que provar à dona do local Tes (Cher, interpretando Cher) que é mais do que uma garçonete. Entremeado a isso, Tess enfrenta problemas para manter o local, pendurado na hipoteca e recebendo propostas de venda.
Burlesque é aquele filme de final previsível, atuações na média, o típico filme de "garota que corre atrás dos seus sonhos", com referências nítidas de musicais como Chicago, Cabaré e filmes como Show Bar. Claro que o leitor pode pensar: Ah, então não vale a pena, se é um punhado de coisas que já vimos. Mas se engana, Burlesque tem 1 grande vantagem: é divertidíssimo! Os números musicais são bem produzidos, tem um ritmo excelente, danças agitadas, belas moças e músicas numa batida que mescla o jazz com a batida pop que nos faz bater os pézinhos com vontade de dançar. O elenco está visivelmente confortável em seus papéis, Cher sendo a diva do local cuja presença na canção de abertura gera arrepios, Aguilera sendo a branquela do vozeirão e tendo simpatia suficiente para manter a personagem. Destaques também para Cam Gigandet como o barman que segura o clima romântico, Kirsten Bell como a dançarina invejosa e o sempre excelente Stanley Tucci fazendo um papel tal qual seu estilista de O Diabo Veste Prada. Esse grupo faz a história fluir sem cansar e permite que as canções sejam ansiosamente aguardadas.
O visual boêmio e ao mesmo tempo chamativo do filme é bem mostrado e o roteiro tem um desenvolvimento simples, mas eficiente, o que garante uma história sem buracos. No final das contas Burlesque não é um musical que mereça Oscars, mas que merece sua visita e garanto que uns bons dias com as contagiantes canções embalando seus pensamentos.

Nota: 8,0

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